ABANDONO AFETIVO: PSICÓLOGA EXPLICA OS DANOS PARA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

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Você sabe o que é abandono afetivo? Entende-se por abandono afetivo a negligência de suportes emocionais e afetivos necessários ao desenvolvimento infantil por parte de pais e mães.

Separação, brigas, divórcio, desentendimentos… Palavras que trazem tristeza a qualquer membro da família, não apenas ao casal, mas em especial a criança que está no meio de tudo isso.

A decisão que parece ser a melhor opção para a família, precisa ser pensada de forma mais abrangente quando se tem um (a) filho (a), a fim de manter a relação pai/mãe e filho, a base familiar e o amor precisam ser mantidos.

Enquanto psicóloga e também ex-funcionária pública escolar quero falar sobre esse tema e sobre as consequências e danos emocionais e até morais que isso causa na criança que está formando seu psiquismo e conceitos morais.

OBRIGAÇÃO PATERNA E MATERNA
UMA QUESTÃO LEGAL

 

A questão do abandono afetivo tem gerado debates legais em tribunais, inclusive. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº 8069/90 – Capítulo III – Art 19:

É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

Hoje, já existe o Projeto Lei 700/2007 aprovado em 2015 pela Comissão dos Direitos Humanos, que inclui no ECA também o dever dos pais a “convivência, assistência material e moral” dos filhos menores. O projeto foi enviado para a câmara dos Deputados e o abandono afetivo poderá se tornar crime.

A pensão alimentícia não encerra as obrigações de pai ou mãe, a convivência e assistência afetiva são obrigações de ambos os pais, não importa a distância.

Ou seja, além do dever de manter a guarda, os pais têm também o dever de ter o filho em sua companhia, desempenhando a função familiar mais importante para a formação da personalidade da criança: o afeto.

FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE:
FUNÇÃO MATERNA E PATERNA

 

Quando um bebê nasce, ele não sabe diferenciar quem é ele, quem é a mãe, quem é o pai, para ele todos são somente um, existe somente ele, o ser único.

Em torno do primeiro ano de vida, o bebê consegue entender que ele é um e a mãe é outra, e ao fazer essa divisão, o pai é a primeira pessoa que ele identifica como “inteiro”, o bebê vivencia esse processo de se diferenciar da mãe e descobrir essa “terceira pessoa” que é a figura paterna, esse homem (pai ou cuidador) precisa ser um suporte nessa relação desde o início, se envolvendo nesse ambiente da criança, pois assim, estará alinhado com a mãe para dar o suporte necessário a ela e ao bebê.

Até então a criança é totalmente dependente, então, ao perceber que tem a mãe para atender suas necessidades, ela começa a desenvolver a confiança e exigir cada vez mais da sua mãe, na medida que isso acontece, estabelece o processo de confiança entre mãe e bebê.

A partir dessa confiança estabelecida, os pais vão passando seus valores e princípios à criança e com o tempo a criança percebe que aquilo faz parte dela também.

A influência da família no desenvolvimento do psiquismo infantil é um tema amplamente debatido por diversos autores do saber.

As vivências da primeira infância são decisivas para o desenvolvimento do psiquismo, o ambiente familiar e as relações pais/filho (os) são de extrema importância para a formação da personalidade da criança, é ali que a criança experimentará os afetos que posteriormente serão reproduzidos em suas relações com o mundo externo.

Sendo assim, as figuras parentais e a relação estabelecida com estas são fundamentais para o desenvolvimento psíquico da criança e para a qualidade das relações estabelecidas posteriormente.

Leia também meu artigo sobre a Síndrome da Alienação Parental.

CONSEQUÊNCIAS DO ABANDONO AFETIVO

 

É muito difícil materializar os danos do abandono afetivo, uma vez que é permeado de subjetividade. A questão de “compensar” o abandono afetivo é polêmica e dividem diversas opiniões, é algo delicado e deve ser analisado com cautela.

No entanto, estudos em Psicologia Clínica tem demonstrado que as funções paternas e maternas são essenciais para uma formação saudável da personalidade da criança. E ao mesmo tempo tem apontado as consequências negativas tanto para as crianças quanto para próprios pais.

PARA OS PAIS

 

O pai ou a mãe que não cumpre com a obrigação de dar suporte para o desenvolvimento psicossocial da criança  deve saber que isso poderá lhe acarretar futuramente danos psicológicos causados pelo arrependimento e frustração.

A maioria das pessoas são dotadas de sentimento de arrependimento e culpa e esse sentimento tende a aflorar mais quanto mais passa a idade.

Então mesmo que na hora se queira ignorar, colocar a culpa no outro ou fugir da responsabilidade é preciso saber que assumir essa obrigação faz parte do processo saudável de se tornar adulto. Esse investimento afetivo nos filhos trás conforto e sensação de missão cumprida na velhice.

Para Freud, no longo período da infância, onde a criança vive na dependência, os pais deixam como “herança” toda a influência parental.

Esta influência parental, naturalmente, inclui em sua operação não somente a personalidade dos próprios pais, mas também a família, as tradições raciais e nacionais por eles transmitidas, bem como as exigências do ambiente social imediato que representam.

(FREUD, 1937-1939)

Quando não existe esse vínculo, o pai deixou de colaborar e cumprir com sua função paterna com a criança.

PARA A CRIANÇA

 

A ruptura das relações pessoais e da ligação de afeto, assim como a ausência de familiaridade entre pais e filhos, podem provocar sequelas psicológicas e comprometerem o desenvolvimento saudável da criança.

Através da visão jurídica “o amor é facultativo, porém, o cuidar é dever.” Ou seja, a função dos pais não se restringe somente ao alimentar, mas também ao dever de possibilitar o desenvolvimento humano pleno.

Como dito anteriormente, a criança depende do amor e afeto dos pais (ou responsáveis) para se desenvolver saudavelmente, os mesmos são espelhos para a criança, e quando ela se vê sem a convivência com um deles, se sente perdida. Somente com o apoio, intervenção e amor dos pais, a criança pode se tornar um adulto capaz de também cumprir com suas obrigações de forma natural.

Os estímulos de carinho devem começar antes mesmo do bebê nascer e é extremamente importante também na primeira infância (de 0 a 3 anos).

O sofrimento da criança abandonada pode ocasionar deficiências no seu comportamento mental e social para o resto da vida, a criança pode se isolar do convívio de outras pessoas, apresentar problemas escolares, depressão, tristeza, baixa autoestima, além de problemas de saúde.

Existem diversos estudos que comprovam os danos mentais em menores negligenciados pelos pais.

Vale ressaltar que, na ausência de pai e mãe biológicos, é de extrema importância para a criança que haja alguém (tios, avós, padrinhos …) que possa cumprir essa função de forma equilibrada e com carinho.

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PARA TEMAS DE ABANDONO AFETIVO

 

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Volto em breve com mais temas de Psicologia Infantil e Orientação para Pais.

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