5 PEQUENOS LUTOS COTIDIANOS QUE VIVEMOS ATUALMENTE

Lutos; Psicologia do luto; Cotidiano; modernidade; Psicólogo online; Terapia de Bolso

Todos percebemos que o ritmo da sociedade está cada vez mais acelerado, e isso traz como consequências o aumento da velocidade com que vivemos nossas vidas e passamos nossos dias. São inúmeros afazeres que precisam ser feitos em prazos cada vez mais curtos e próximos entre si. Compromissos e responsabilidades de trabalho, família, relacionamentos, estudos, entre outros, são atividades que compõe o nosso dia a dia.

A velocidade da informação e a necessidade de fazer tudo rápido para acompanhar as atualizações literalmente é a morte para muitas coisas que se pode desejar realizar na vida. Sonhos, desejos e autorrealizações. Isso é bem óbvio, o que não é óbvio é se realmente as pessoas estão conseguindo lidar com isso e elaborar essas perdas de maneira positiva. Enquanto psicólogo, as vezes, noto as sequelas que isso deixa no comportamento moderno.

Em decorrência de toda esta agitação, em algum momento vamos percebendo mudanças em nós mesmos, e nos perguntamos qual foi o momento que estas mudanças aconteceram, e como deixamos elas acontecerem.

Tendo em vista meu interesse pessoal em Psicologia do Luto neste texto trarei alguns questionamentos que podem nos ajudar a ressignificar este tempo que passou rápido sem vermos, e o que podemos fazer com nossas situações atuais, que a final são uma espécie de mini-luto. Entendendo o luto aqui, como a percepção de que mudamos em algum sentido. Lembrando que o luto é o processo da elaboração de alguma perda que vivenciamos em nossa vida, como apresentado neste meu outro artigo. Então vamos lá:

5 PERDAS COTIDIANAS QUE VIVEMOS ATUALMENTE

 

1. PERDEMOS A PACIÊNCIA: “ANTIGAMENTE EU ERA MAIS PACIENTE”

Um dos efeitos decorrentes da modernidade e que mais percebemos é o imediatismo que desenvolvemos ao longo dos anos. Hoje em dia esperamos que as coisas estejam prontas, que aconteçam rápido, que o resultado seja para ontem.

Porém, será que lembramos quando as coisas demoravam para acontecer e aguardávamos o seu resultado com expectativa e não com pressa? É importante diferenciarmos, pois a expectativa sempre esteve presente em nossos afazeres como aquele sentimento de entusiamos pelo resultado final. A pressa vem assumindo este lugar, quando mudamos nosso pensamento de entusiamos, pela frustração da espera.

Um bom exemplo que marca esta transição da sociedade é o da fotografia. Esta prática sempre esteve presente na vida da maioria das pessoas, seja pelo registro dos momentos de família, eventos, viagens, etc. Na década de 90, a fotografia era realizada de maneira analógica, sendo o registro feito na ocasião já sabendo da espera que decorreria para a revelação dos filmes e finalmente manusear aqueles momentos. Decorrido todo o processo de evolução da fotografia, hoje em dia temos o imediatismo das câmeras nos celulares, em que várias fotos são tiradas imediatamente.

Nesse imediatismo esquece-se que os melhores planos e vinhos são resultados da paciência e da cura pelo tempo. Leia também meu artigo sobre como superar lutos de maneira positiva.

2. PERDEMOS A CONCENTRAÇÃO: “EU JÁ CONSEGUI ME DEDICAR MAIS A MEUS OBJETIVOS”

Lutos; Psicologia do luto; Cotidiano; Psicólogo online; Terapia de BolsoOutra questão que hoje em dia está bastante presente em nossas vidas é a dificuldade que temos em alcançar nossos objetivos. Muito disso se dá pela grande oferta de informação e possibilidades que está ao nosso redor. Se formos analisar, quando estamos fazendo uma tarefa que demanda duração de tempo mais prolongada, quantas vezes paramos para ler e responder a nova mensagem que acabou de chegar no celular? Ou para dar uma olhada rápida nas redes sociais? Estes comportamentos estão tão automáticos que acabamos nem dando conta de quanto eles alteram o resultado e o tempo para alcançar o objetivo traçado.

Ter a meta bem definida para alcançar o objetivo ajuda que ele se torne mais concreto e que a nossa disciplina seja mais eficaz, pois isto ajuda em nossa organização para criar as condições necessárias. Um bom exercício é, depois de ter firmado o objetivo, separe um caderno que possa estruturar uma lista com itens enumerados, e a maneira de realizar o item. Esta tarefa faz com que o objetivo se torne concreto. Experimente!

3. PERDEMOS VALORES: “NO MEU TEMPO NÃO ERA ASSIM”

Esta frase é constantemente falada por pessoas de diferentes idades e épocas. Se formos analisar, ela mostra também o quanto as coisas foram se modificando e se tornando cada vez mais aceleradas. Quando alguém diz que no seu tempo as coisas eram diferentes, também se refere ao estranhamento com o resultado das modificações da sociedade.

Notamos que algumas pessoas se sentem paralisadas e são engolidas pelo tempo e por todas as suas mudanças e adaptações, não conseguindo acompanhar as mudanças que chegam até ela. Uma ótima ilustração desta questão acontece no filme Goodbye, Lenin (2003), com direção de Wolfgang Becker, em que retrata um período histórico de grande mudança social e política decorrente da queda do Muro de Berlin e da unificação das duas Alemanhas. Na película, uma personagem entra em coma antes da queda do muro, e quando desperta de seu estado, está vivendo só em um país, vivenciando assim toda a dificuldade em viver em um lugar agora estranho ao seu conhecimento.

É necessário que façamos um esforço para entender o tempo atual em que vivemos, tendo em mente que possivelmente este tempo que é lembrando com nostalgia não funcionaria nos dias de hoje. A forma de se relacionar mudou, as relações mudaram, as profissões mudaram, até mesmo o valor de compra mudou. Focar no passado dizendo que as coisas era diferentes não fará com que a atualidade mude. Esta mudança deve partir de nós, sem perdermos nossos princípios e aquilo que acreditamos ser correto, buscando assim adaptações!

4. A CERTEZA: “TENHO DIFICULDADES EM ESTRUTURAR MEU FUTURO”

Este item é uma complementação do anterior, porém, é importante a reflexão ainda do atual momento em que vivemos. Sabendo que a concepção de futuro sofreu também mudanças, hoje em dia não é tão simples assim percorrer os estágios da vida. Hoje em dia a imagem que chega a todos nós, é que nós temos possibilidades e condições de sermos e chegarmos onde quisermos. Isto é bastante perigoso, tanto pelo fato de não levar em conta o contexto social em que a pessoa está inserido, como pode causar ainda uma grande angústia em não saber escolher. Explico.

O futuro hoje em dia se transformou em possibilidade de concretização de muitas possibilidades, pois a oferta que chega até a gente de planos de vida são inúmeras. Se formos falar de profissões, hoje em dia vemos que as possibilidades são praticamente infinitas, desde o trabalho autônomo, passando por cursos técnicos, de graduação, especialização, área de interesses, entre outros. Passa a existir então a possibilidade de escolha.

Concluímos que vivemos em um tempo em que existe um infinito de possibilidades, porém nos sentimos angustiados em fazer uma escolha. Se formos lembrar que quando escolhemos algo, estamos deixando todas as outras opções de lado de certa forma, toda escolha caracteriza também perdas, e, consequentemente, pequenos lutos que precisamos elaborar.

5. O NOSSO PRÓPRIO TEMPO: “AS HORAS DOS MEUS DIAS PASSAM MUITO RÁPIDAS”

E, por fim, talvez uma das coisas que mais causam surpresas e incômodos. Não é raro ouvir o relato de pessoas que dizem que não percebem o dia passar e, muitas vezes quando questionados, não tem a consciência de todas as coisas feitas no dia.

Esse efeito também é caracterizado pela sobrecarga de tarefas que vamos acumulando ao longo dos dias, sempre encontrando horários vagos entre compromissos já estabelecidos, para então achar algo que encaixe e complete sua lista de afazeres. Sendo este também outro hábito que foi se modificando com o passar do tempo.

Um exercício é analisar quais das atividades estão de fato trazendo benefícios para o seu crescimento pessoal, sempre lembrando que nenhuma atividade vai ser completamente positiva e trazer prazer, mas que o lado positivo consiga se sobressair.

Lutos; Psicologia do luto; Cotidiano; Psicólogo online; Terapia de Bolso

VOCÊ JÁ PAROU PRA PENSAR NOS PEQUENOS LUTOS COTIDIANOS? COMO VOCÊ LIDA COM ELES?

 

Os itens trazidos neste texto nos fazem perceber que muita coisa mudou nos nossos últimos anos, e talvez não tenhamos percebido este processo. Sendo nos pequenos detalhes que nos damos conta de que várias coisas mudaram, e a partir disto é que podemos assumir uma postura de mudança para nos adaptarmos a estes novos tempos.

Deixo o espaço aberto para podermos conversar nos comentários sobre experiências ou apontamentos. Sobre como fomos afetados pelo tempo e quais estratégias utilizamos para nos adequarmos a estas perdas que fomos sofrendo ao longo de nossos anos.

Caso já tenha pensado em fazer ou deseje iniciar um acompanhamento psicológico para auto-conhecimento me coloco a disposição. Basta agendar um horário com um dos nossos psicólogos aqui e ser atendido via videoconferência de onde estiver.  

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